31 Oct 2011

O amor preferencial pelos pobres

Jesus, ao olhar tanto para o dono da festa bem como para os convidados, ficou desapontado. Então, dirige a palavra ao chefe dos fariseus que o havia convidado: “Quando você der um almoço ou um jantar, não convide seus amigos, nem seus irmãos, nem seus parentes, nem seus vizinhos ricos, porque, certamente, eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez”.

Quero lembrar a você que este Evangelho de hoje, sobre o banquete dos pobres e aleijados, permite abordar o tema da Igreja como assembleia universal e indiscriminada dos filhos de Deus.

O plano salvífico de Deus, manifestado em Jesus de Nazaré, apresenta-se definitivamente como a assembleia universal e indiscriminada dos filhos de Deus dispersos. Por isso, a Igreja, através de variadas modalidades associativas – ou congregacionais – visibilizadas pelo amor, os ministérios e os sacramentos, sobretudo a celebração eucarística, se manifesta nas múltiplas assembleias locais.

A Igreja, assim, abre-se ao projeto divino da acolhida de todos os homens mediante a fé em Cristo. Ela prossegue e prolonga a obra da congregação universal dos filhos de Deus, privilegiando os pobres e marginalizados na qualidade de primeiros convidados ao festim dos bens messiânicos, pois se os pobres têm vez, ninguém se sente excluído. Entretanto, a Igreja jamais será um fim em si mesma, mas o meio pelo qual se processa a unificação dos homens entre si e com Deus em Cristo. Daí, o tema da congregação universal apontar para o banquete definitivo do Reino de Deus, no qual os filhos de Deus serão acolhidos na morada do Pai (Jo 14,2-3), a Jerusalém do Alto (Apoc 21,10; Hb 12,22-23).

O amor preferencial pelos pobres, o espaço aberto aos marginalizados, a promoção dos necessitados serão sempre sinais evidentes do Reino de Deus que a Igreja anuncia, vive e constrói. O próprio Reino manifesta sua força e vitalidade, congregando os pobres na Igreja de Cristo para promovê-los a uma vida mais digna até a eternidade feliz.

Lucas apresenta o tema da humildade a partir da parábola da escolha dos lugares; e o tema da importância dos pobres no Reino de Deus a partir da parábola da escolha dos convidados (cf. Lc 14,1.7-14).

Quanto à parábola da escolha dos convidados, mais do que apontar para a humildade de quem convida os marginalizados, acentua – bem a gosto de Lucas – a importância dos pobres no Reino de Deus. Na realidade, há a questão básica que se impõe aos que creem sobre a acolhida devida aos carentes e necessitados, privilegiados por Jesus.

Em tom sapiencial que ressalta as consequências dos atos humanos, é melhor para Jesus convidar os pobres, pois, não tendo com que retribuir, a recompensa da gratuidade há de ser dada pelo próprio Deus na ressurreição dos justos. Do mesmo modo, assim como é conveniente se colocar no último lugar pela vivência da humildade, também é mais benéfico convidar os pobres e aleijados para o banquete do que os amigos, parentes e vizinhos ricos.

Consciente de que Jesus inaugura o banquete universal dos pobres (Is 55,1-5), Lucas insiste na gratuidade do gesto divino que acolhe a todos em seu Reino, chamando a atenção para a mesma atitude daqueles que convidam os que não podem retribuir.

Quem são os que participam da sua festa? Com quem você gasta o seu dinheiro? E como o gasta? Lembre-se do apelo do Mestre: “Quando deres um banquete convide os cegos, os aleijados, os pobres e serás abençoado. Pois eles não poderão pagar o que tu fizeste, mas Deus te pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem”.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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