24 Dec 2010

Natal, festa da vida

Ressoou, neste dia, o antigo e sempre novo anúncio do Natal do Senhor. Ressoou para quem está alerta, como os pastores de Belém há mais de dois mil anos; também ressoa para quem aderiu ao apelo do Advento e, permanecendo atento, está pronto a acolher a mensagem feliz que canta a liturgia: “Hoje nasceu o nosso Salvador”.

Neste dia o tempo abre-se ao Eterno, pois vós, ó Cristo, nascestes entre nós vindo do Alto. Do seio de uma mulher, de todas a mais bendita, vós viestes à luz, Filho do Altíssimo. A vossa Santidade purificou, de uma vez por todas, o nosso tempo: os dias, os séculos, os milênios. Com o vosso nascimento, fizestes do tempo um “hoje” de salvação.

Celebramos, nesta dia, o mistério de Belém, o mistério que está, de certa forma, no tempo e para além do tempo. Do seio da Virgem nasceu um Menino, uma manjedoura serviu de berço para a Vida imortal.

Natal é a festa da vida, porque Jesus, vindo à luz como cada um de nós, abençoou a hora do nascimento. Uma hora que, simbolicamente, representa o mistério da existência humana, unindo a aflição à esperança, a dor à alegria. Tudo isso aconteceu em Belém: uma Virgem Mãe deu à luz: “veio ao mundo um homem” (cf. Jo 16,21), o Filho de Deus, o Filho do Homem. Mistério de Belém!

O Verbo chora numa manjedoura. Chama-se Jesus, que significa “Deus salva”, porque Ele “salvará o povo dos seus pecados” (cf. Mt 1,21).

Não é em um palácio que nasce o Redentor, que vem instaurar o Reino eterno e universal. Ele nasce em um estábulo e, permanecendo entre nós, acende no mundo o fogo do amor de Deus (cf. Lc 12,49). Este fogo nunca mais se apagará.

Que possa este fogo arder nos corações como chama de caridade ativa, que dê acolhimento e apoio a tantos irmãos provados pela necessidade e pelo sofrimento!

Senhor Jesus, que contemplamos na pobreza de Belém, faça-nos testemunhas de Sua verdade e de Seu amor que O levou a despojar-se da glória divina, a fim de nascer entre os homens e morrer por nós.

O que diremos sobre a Encarnação do Verbo Divino? Esse evento é o supremo ato de amor de Deus, que assume a condição humana, transformando-a pelo dom do amor pleno. Em Jesus não é assumida apenas a Sua corporeidade individual, mas a condição corpórea de toda a humanidade, integrada em todos os valores de dignidade, justiça e verdade, que, no amor, são revestidos de eternidade. “Deus é amor, e aquele que permanece no amor, permanece em Deus, e Deus, nele” (1Jo 4,16).

A Encarnação do Filho de Deus é a revelação da presença real, amorosa e terna, vivificante e eterna do Pai entre homens e mulheres, pequenos e humildes.

O prólogo do Evangelho de João apresenta a origem divina de Jesus, como a Palavra eterna que procede de Deus, faz-se carne, morando entre nós, e, por graça, torna-nos Seus filhos eternos. Renascidos no batismo, como Ele, reinaremos eternamente.

Padre Bantu Mendonça K. Sayla

Pai das Misericórdias

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