13 Apr 2013

Jesus, nosso amigo no momento da fragilidade

Para interpretar com fidelidade a passagem de hoje, temos de usar o simbolismo, pois sem ele a narrativa parece ser um sucesso normal em que um homem se revela com poder especial sobre a natureza. Em primeiro lugar, Jesus deixa Seus apóstolos sozinhos, à noite, no meio do mar, o qual, por seu estado de turbulência, aparece como representante do mal, dominado pelo maligno. A barca, com tudo o que na hora representava o Reino, era, realmente, uma pequena semente de mostarda. Sem Jesus, o vento contrário a domina e a impede de chegar a seu destino. Não adianta o esforço dos remos, porque a vela,  com o vento contrário, não pode ser usada. E esse vento não é humano.

Aparentemente, os discípulos estavam sós. Mas, na realidade, Jesus estava ali seguindo-os de muito próximo. Para eles, Jesus, como a visão do espectro, como alguém saído das profundezas do mar, era um espírito maligno que os atormentava e produzia o vento furioso que impedia seu avanço. Somente as palavras do Mestre amigo logram acalmar os nervos e aportam a tranquilidade e o sossego necessários. Era Ele o amigo mais do que o Mestre, o forte no momento da fragilidade; Ele, e unicamente Ele, traria a solução do problema que os afligia.

Pedro, uma vez mais, mostra-se impetuoso e mais confiante do que seus companheiros. Não só reconhece o Mestre, mas quer participar desse poder de estar acima do mal, representado pelas águas turbulentas do mar.  Ele sabe que o poder de Jesus não é unicamente pessoal, mas atinge igualmente seus mais íntimos amigos e reconhece, na prática, o que ele [Pedro] dirá mais tarde: “Em Ti unicamente eu confio, pois cremos e reconhecemos que Tu és o Santo do Deus!”, que melhor podemos traduzir por o “Ungido de Deus”.

Porém, sempre existe a dúvida e a indecisão após tomar uma atitude valente e corajosa. O vento, o mar agitado, abalam a fé e a confiança de Pedro. E unicamente a resposta de Jesus, ante a súplica angustiada do apóstolo, restabelece a situação e salva o discípulo. A oração de Pedro é o grito que deverá salvar muitas vidas do fracasso total: “Senhor, salva-me!” Nela, encontramos a força que nos falta e a fé que procuramos.

O trecho de hoje está escrito precisamente para demonstrar que a transcendência e independência de Jesus, manifestada com Suas palavras e Seu proceder, diante das leis e costumes tradicionais e perante às leis físicas da natureza, revelam Seu domínio absoluto sobre as crenças e Seu senhorio total como de Criador e não de criatura sobre os acontecimentos, de modo que a nossa resposta de hoje não pode ser outra que a dos que estavam no barco: “Verdadeiramente, Tu és o Filho de Deus!”

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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