03 Jun 2010

Eucaristia, banquete universal*

O distintivo dos primeiros cristãos era a refeição eucarística. O gesto de Jesus – reunindo o povo no deserto e providenciando milagrosamente pão para todos – é um símbolo da Igreja. Cristo quis ficar presente na Igreja por meio do sinal da refeição aberta a todos que aderissem a Ele – muito diferente daqueles banquetes nos quais geralmente só se convidam as pessoas da mesma classe ou as que podem pagar…

A multiplicação dos pães é sinal messiânico, sinal dos tempos em que tudo acontecerá conforme o desejo do Senhor, sinal do Reino de Deus: fartura e comunhão. Mas é ainda prefiguração. A refeição na multiplicação dos pães se tornará completa somente quando Jesus der o próprio Corpo e Sangue na Cruz. Então já não será passageira; será uma realidade de uma vez para sempre, no sacramento confiado à Igreja. Este é também o sentido profundo que a Igreja vê no misterioso pão e vinho oferecidos pelo sumo sacerdote Melquisedec, a quem até o pai Abraão presta reverência.

A Eucaristia deve ser verdadeiro banquete messiânico, sinal dos tempos novos e definitivos, em quem as divisões e provações são superadas na vida da fé em Cristo Jesus. A desigualdade, o escândalo de super-ricos ao lado de pobres morrendo de fome e a marginalização são incompatíveis com a Eucaristia. Nela [Eucaristia], Cristo identifica a comida partilhada com sua vida e pessoa. O pão repartido se torna presença real de Cristo. Portanto, onde não se reparte o pão, Cristo não pode estar presente.

Tudo isso dá o que pensar. Na multiplicação dos pães, Jesus não fez descer pão do Céu, como o maná de Moisés, nem transformou pedras em pão, como lhe sugerira o demônio, quando das tentações do deserto. Mas ordenou aos discípulos: “Vós mesmos, dai-lhes de comer”… e o pão não faltou. Porém, se não observarmos esta ordem do Senhor e não dermos de comer aos nossos irmãos, Ele também não poderá tornar-se presente em nosso dom, com toda a eficácia que lhe próprio. Então, não só o pão, mas Cristo mesmo faltará.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

*Cf. Konings, J. “Liturgia Dominical”, p.397. Ed. Vozes. Petrópolis RJ: 2004.

Pai das Misericórdias

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