20 Dec 2009

AS DUAS PRIMAS Lc 1,39-45

A dinastia de Davi estava em perigo, ameaçada pelos reis de Aram e de Israel, que pretendiam suprimi-la, colocando um estranho no trono de Judá.

O ímpio rei Acaz, em vez de recorrer a Javé, recorreu aos ídolos, aos quais imolou seu único filho. Deus lhe enviou o profeta Isaías, para tentar fazê-lo voltar ao bom caminho. Isaías propôs a Acaz que fizesse um pedido a Deus, que lhe desse um sinal – na profundeza dos infernos ou nas alturas do céu.

Mas o ímpio rei se recusou dizendo que não queria tentar a Deus, mas no fundo querendo ocultar seu orgulho e impiedade. Isaías, então, lhe diz que em vista de sua recusa de recorrer a Deus, o próprio Senhor lhe dará um sinal: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe darão o nome de Emanuel, que quer dizer Deus-conosco”. Deus, portanto, não abandonará seu povo.

O nome dessa virgem é Maria. E o Filho que ela concebe virginalmente é Jesus, o Salvador. Essa é a interpretação tradicional e unânime da Igreja, consagrada pelo próprio Evangelho de São Mateus, Iá onde o Anjo de Deus tranquiliza José a respeito do que está acontecendo com Maria: “José, filho de Davi, não temas tomar contigo Maria, tua esposa, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo”.

“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, pois salvará seu povo do pecado”. E o evangelista comenta: “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor tinha anunciado por meio do profeta. Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, a quem será dado o nome de Emanuel, que quer dizer Deus-conosco”.

Estamos diante dos grandes mistérios de Deus. Começa um mundo novo. E Deus faz tudo com total novidade. O verbo feito carne não nasce do concurso do homem. Ele vem totalmente do poder de Deus.

Vem habitar no seio de uma virgem que lhe dá o sangue e a vida humana e se torna de maneira completamente inédita “Tabernáculo do Altíssimo”. É o encontro da História com a Eternidade. José está aí presente, para ligar juridicamente Jesus à dinastia de Davi. Mas Ele é o Filho de Deus. E, como tal, não estava sujeito às leis normais de geração humana. Foi concebido virginalmente.

Esta meditação que a Igreja nos oferece nesta última semana que precede o Natal é uma homenagem carinhosa que se presta a Virgem Maria e um convite a penetrarmos no mistério de grandeza que são os planos de Deus. O Salvador que o Pai nos manda é filho da Virgem Maria. Ela, a Mãe-Virgem, é totalmente sua mãe: “Tota Mater”. E fica sendo o elo mais grandioso a unir Deus e a humanidade. Ela é a escada do Céu. E Deus quis que Ela o fosse de maneira completa e permanente. Ela é essa grande e amável realidade que ilumina toda a História da Salvação: a presença de uma Mãe, quase como se fosse o rosto materno de Deus. Ela é a aurora que anunciou a chegada do Sol da Justiça. Ela é o jardim privilegiado no qual cresceu a flor celeste do Deus feito homem.

Ela é a Mãe solícita que acompanhou o Filho, em todos os momentos de sua vida, na alegria e na tristeza, desde a alegria da noite de Belém, quando os anjos do céu vieram cantar na terra a glória de Deus, até o tristíssimo momento da morte no Calvário.

E acompanhou a Igreja nascente, que à luz da Ressurreição viveu a manhã de Pentecostes e cresceu para Jerusalém e para o mundo. Como Ela seguiu os passos do Menino Jesus à medida que Ele ia crescendo, assim acompanha os passos da Igreja – prolongamento de Cristo e sacramento de sua presença – em seu crescimento através dos séculos. E não sabemos viver sem Maria. Seria muito pobre a Igreja, se esquecesse de Maria, da Mãe do Senhor, a Imaculada, a cheia de graça, a segurança da proteção de Deus, o modelo de todas as virtudes: Espelho da Justiça.

Por Ela e com Ela venceremos todas as lutas que a fidelidade ao Evangelho nos leva a sustentar. Ela é a estrela do mar de nossa vida. E como São Bernardo podemos dizer: “Seguindo-a, não me desviarei do caminho. Invocando-a, não desfalecerei. Pensando nela, não cairei. Se Ela me proteger nada tenho a temer. Se ela me conduzir, não sentirei cansaço. Com seu favor, chegarei ao porto”.

Pai das Misericórdias

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