20 Aug 2010

Amar dói

Jesus, ao ser interrogado pelos fariseus, pois havia feito calar os saduceus sobre o maior mandamento existente debaixo do Céu, responde que não há maior mandamento que amar a Deus e, consequentemente, amar o outro.

Esta palavra – amor – hoje em dia, está muito desgastada, “saturada”, banalizada. Perdeu-se a noção e a compreensão do significado dessa palavra. Há um empobrecimento e um esvaziamento na compreensão e no sentido mais profundo do que é amor.

Gosto da definição, acerca do amor, trazida por Madre Tereza de Calcutá. Ela diz que: “o amor é aquilo, que diagnosticamos na carne, ou seja, o amor começa em nossa vida, quando começa a dor a carne”. Ou seja, enquanto não dói a nossa carne, só estamos fazendo o bem; o amor começa quando começa a dor a carne.

Amor não é sentimento, apesar de passar por ele muitas e muitas vezes; amor é decisão, é opção consciente por querer amar, por querer dar a vida pelo outro. Passamos a amar a Deus quando nos deixamos levar pela Sua vontade e não pela nossa; quando começamos a fazer a opção pela vontade d’Ele em nossa vida e não mais pela nossa. Dessa forma, logo nosso ser, – nossa carne –, começa a dor e a doer muito; queremos, a carne grita, pela vontade do nosso corpo, dos nossos sentimentos, dos nossos afetos, dos nossos apetites, sejam eles quais forem eles.

Quando fazemos a opção pelo amor a Deus, como consequência, fazemos a opção pelo amor ao próximo. Aliás, como poderei amar a Deus, que não vejo, se não amo meu irmão que vejo? Incoerência total! O amor pelo Senhor passa pelo irmão; o amor pelo irmão passa, necessariamente, pelo amor ao Senhor.

Costumo dizer: quem não quer sofrer não ame! Pois quem ama, sofre! Quem não quer sofrer não ame, mas tenha certeza de uma coisa: não viverá e, sim, vegetará. Por quê? Porque – repito – o amor começa quando começa a doer a carne.

O amor acontece na concretude da nossa vida, como fruto de decisões livres e conscientes que fazemos em favor dos outros e por amor a Deus. O amor passa pelos sentimentos, mas não pode ser sentimentalismo.

Existem muitas pessoas se perdendo, pois não as estamos amando realmente, ou seja, não as estamos exortando, dizendo as coisas que elas precisam ouvir. Amar significa não dizer o que a pessoa quer ouvir, mas o que ela precisa escutar.

O amor acontece nas realidades mais simples da nossa vida, nas pequenas coisas que somos convidados a fazer pelos outros; ou seja, precisamos entender que amar é fazer concretamente o que deve ser feito, a partir das pequenas coisas, pois grandes coisas qualquer desesperado faz. Gosto muito deste exemplo: uma pessoa que está prestes a perder a esposa, como muita facilidade consegue descer de um prédio de vinte andares, com uma rosa na mão e dizer para todos que a ama. Difícil é dizer, na simplicidade do dia, todos os dias da vida, que ama a esposa. Repito, grandes coisas qualquer pessoa desesperada faz. Claro, estava prestes a perder a esposa e o casamento neste caso…

Amemos, irmãos e irmãs, a todos e a Deus, com gestos concretos, pois de promessas e de desejos o inferno também está cheio. Amar dói; mas tudo que faz doer cura!

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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