23 Oct 2017

A ganância cega os olhos e obscurece o sentido da vida

A ganância tira do nosso coração os verdadeiros valores e o sentido da vida

“Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lucas 12,15).

A primeira advertência de hoje é justamente nos cuidarmos contra todo tipo de ganância, porque esta é uma tentação, uma gana de ganhar, possuir, de ter; e essa gana, quando age dentro de nós, é uma força que nunca se sacia. Nunca estamos satisfeitos com o que temos, com o que conquistamos nem com o que podemos. A ganância gera uma ambição desmedida dentro do nosso coração e da nossa vida.

A pessoa vive para acumular, para ter, e quanto mais ela ganha, quanto mais ela tem, mais ela quer, mais ela ganha, mais luta para ganhar, para conquistar, porque nunca está satisfeita.

A verdade é que a ganância cega os olhos e obscurece o sentido da vida, centraliza a vida num único objetivo: o lucro, o ter, o poder, o adquirir, o “eu posso”.

A ganância leva-nos a nos rendermos, a nos vendermos e nos entregarmos para o deus deste mundo, que se chama “dinheiro”. Devemos ter dinheiro para tudo aquilo que fazemos, ele precisa estar nas relações; mas somos nós quem o devemos ter, e não o dinheiro que tem que nos possuir. Quando somos gananciosos, somos possuídos por ele, entregamo-nos a ele, e ele domina nossos sentidos e aquilo que temos. Juntamos o nosso dinheiro, e ele consiste, na nossa vida, na abundância dos bens.

É tão interessante! Às vezes, vamos visitar a casa de pessoas e elas querem nos apresentar os bens materiais que têm, aquilo que adquiriram, quando, na verdade, o que precisamos conhecer uns dos outros são os valores espirituais, éticos e morais.

Durante a vida, eu lutei muito para adquirir paciência, têmpera, amor e generosidade, pois essa riqueza ninguém nos rouba. Todo resto que nós juntamos, que acumulamos e guardamos no armário, como pares de sapatos e joias, são insignificantes. Mesmo assim, fazemos questão de juntá-las.

O que vamos fazer com tanta coisa que juntamos? Há pessoas que juntam panelas velhas. Para quê? Não levamos nada! Sentiremos muito mais sabor e amor em repartir aquilo que temos com os outros do que acumular e nos preocupar em guardar o que temos.

Não sabemos quando vamos dar conta da nossa vida. Pode ser que, nesta noite, tenhamos de dar conta dela a Deus. O que guardamos, o que adquirimos não vale nada! Diante de Deus temos de dizer: “Senhor, eu lutei a vida inteira para ser mais amoroso e generoso, mais fiel à Sua graça, para amar os meus irmãos”.

Esse tesouro ninguém nos tira, mas a ganância tira do nosso coração os verdadeiros valores e o sentido da vida.

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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